2/25/2024 0 Comments medicina paliativaEssa área da medicina envolve a arte de acolher e ampliar os cuidados com os pacientes, onde cabe ao médico, ouvir e cuidar não apenas da doença, mas do doente por completo, dando suporte emocional, reavaliando a vida que a medicina convencional limita, mas a paliativa vai além dos tratamentos impostos pela farmacologia, aliviando a dor e proporcionando qualidade de vida, além da bioquímica.
“A origem da palavra paliativo vem de palium que é cobertor ou manto que protege das intempéries (mau tempo)” A britânica Dame Cicely Saunders foi pioneira, quando no início dos anos sessenta criou o conceito de “dor total”, que engloba sintomas físicos, sociais e psicológicos da doença, recebeu vários prêmios por seu trabalho humanitário ao longo da vida. Na década de noventa, começou de forma tímida no Brasil e a própria Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), foi fundada apenas em 2005, mas só em 2012 a Associação Médica Brasileira definiu a medicina paliativa como sub especialidade médica. Mas ainda é preciso quebrar esse tabu de que os cuidados paliativos só se devem ter com pacientes com doenças terminais, já em estado avançado, porque a medicina paliativa não é sobre a morte e sim o oposto dela. O conceito dessa medicina se expande para além da cura física e nos poucos centros especializados, existentes, o trabalho envolve não só médicos, como enfermeiros, nutricionistas, odontologistas, psicólogos, fisioterapeutas e por aí vai... O conjunto de práticas que visa dar assistência ao paciente, oferecendo dignidade e garantindo que cada paciente tenha vida com qualidade até o fim e viva plenamente. A doença está catalogada nos livros de medicina, mas o sofrimento não, porém o sofrimento físico a medicina convencional trata seguindo protocolos e controlando os sintomas, mas o sofrimento emocional está em outro patamar, fora dos livros e esse é único, cada um tem o seu, por mais que a doença seja a mesma e o cuidado paliativo cuida dessa dimensão, nessa nova concepção de atendimento aos doentes, seu principal objetivo é aliviar o sofrimento e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, dando assistência a enfermidades crônicas independente da progressão em que ela esteja, mas cujo sofrimento ameaça a continuidade da vida. Derrubando barreiras e preconceitos, o cuidado paliativo deveria ser introduzido em qualquer diagnóstico e não só para o fim da vida, sempre que há sofrimento, um médico especializado em cuidado paliativo deveria estar preparado para curar a alma. Esse conceito, que começou na oncologia, vem crescendo e se estendendo a todos os pacientes de doenças crônicas como diabetes, cardiopatias, mas a passos lentos, porque a maioria dos médicos, infelizmente, ainda resiste à essa prática, por ignorar a importância do quanto os pacientes se beneficiam, quando recebem esse atendimento diferenciado que dá sentido a vida e enquanto esse conceito não toma maiores proporções, vamos continuar vendo pacientes em condições desfavoráveis, sujeitos a tratamentos dolorosos, inconvenientes e que, muitas vezes, não trazem benefício nenhum, como vem acontecendo com portadores de doenças autoimunes por exemplo, o que inclui a endometriose. O especialista nesses cuidados, está preparado para lidar com tudo, olhando as necessidades físicas, emocionais, sociais e espirituais, com isso, a medicina tem conseguido controlar doenças incuráveis, fazendo com que as pessoas vivam mais, tratando do doente e não só da doença, trazendo a consciência o sentido da vida! Que bom seria, termos mais médicas como a Dra Ana Claudia Quintana Arantes, que se destaca nesse meio, para tratar a endometriose de forma paliativa também, já que é uma doença de inflamação crônica que causa dores incapacitantes e segundo a medicina tradicional não tem cura, é preciso conviver com o problema sim, mas não com a dor, nem a física que maltrata, nem a da alma que machuca e promovendo qualidade de vida, é possível que todas encontrem sentido e consigam enxergar no problema a grande oportunidade de melhorar, viver melhor e com dignidade!!! Nenhuma Endometriaca deveria ouvir jamais de nenhum médico que "cólica é normal" ou "não tem o que fazer" ou ainda "você tem que se acostumar com a dor" e até mesmo "engravida que passa" é muito desumano, não acha? Assim como sempre digo que psicologia deveria ser matéria fundamental desde o colegial, porque lidamos com seres humanos diariamente, acredito que a medicina paliativa deveria ser matéria obrigatória na faculdade de medicina, porque médicos lidam com vidas o tempo todo! 31/07/2018 Ariane Steffen
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